
Ermidas da Mãe Rainha
As ermidas, pequenas construções de distintos formatos, são colocadas em lugares estratégicos para proporcionarem às pessoas momentos de lembrança do divino, ocasião de oração, momento de realizar seus pedidos. Ali, gesta-se um pequeno espaço do sagrado, do divino. As pessoas, nesses espaços erigidos, expressam a dimensão interior de sua fé através de algo concreto. Uns, colocam flores, outros ascendem velas, de joelho ou de pé elevam suas orações a Deus. O servo de Deus, João Luiz Pozzobon, quando visitou a Alemanha no ano de 1979, inspira-se na realidade religiosa desse país. Ao caminhar pelas ruas ele percebeu a abundância de símbolos religiosos nas fachadas das casas e esquinas ou praças. Essa realidade ajuda a criar um espírito religioso em quem as observa.
Voltando ao Brasil ele começa a difundir a colocação das ermidas da Mãe Rainha nos caminhos por onde andava na cidade de Santa Maria e Quarta Colônia. Ao total, ele próprio erigiu 44 ermidas, sendo a primeira colocada na localidade de Arroio Grande/RS. O próprio João Pozzobon comenta sobre as ermidas: “… nas periferias das paróquias e das capelas, nos lugares aonde o próprio sacerdote não chega… estou colocando um marco, um sinal que facilite a reunião da comunidade. Os párocos deram todo o seu apoio e bênção para a colocação das imagens da Mãe de Deus, Mãe e Rainha… já vou para a sexta ermida. O povo vem, é algo simples, mas atraente; mesmo aqueles que não gostam vão ver, e então a Mãe se encarrega do resto” (Herói hoje, não Amanhã).
As ermidas colocadas por João Pozzobon também tinham outro objetivo no seu trabalho pastoral. Eram um ponto de encontro para a partida, para a peregrinação. Assim comenta ele: “Essas ermidas sejam pontos de partida, de onde o povo vem ao Santuário.”
Esses ermidas da Mãe Rainha não eram somente meros marcos marianos colocadas em qualquer lugar disponível, tinham uma estratégia e uma organização pastoral em torno dela:
- Formato: Eram de feitio modesto, para não complicar a captação de recursos, que muitas vezes poderia ser uma dificuldade para erigir uma ermida da Mãe Rainha. João Pozzobon dizia: “As ermidas eram singelas: uma imagem da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, em bronze, fixada num pedaço de madeira cravado na terra e, sobre a imagem, um pequeno telhado de zinco de duas águas” (Herói hoje, não Amanhã.).
- Benção da Ermida: Para João Pozzobon o Santuário da Mãe Rainha tinha uma função fundamental na irradiação da espiritualidade e das Graças de Nossa Senhora com o título de Mãe Rainha. Tudo tinha que partir desde o Santuário. Para seu trabalho apostólico sempre partia do Santuário. Sobre as ermidas comenta ele: “Eram bentas no Santuário, realizando uma segunda bênção com o povo, no local onde eram colocadas. Nessa ocasião se costumava fazer uma romaria com os vizinhos, uma pregação e uma oração de consagração” (Herói hoje, não Amanhã).
- Vida pastoral entorno da Ermida: As ermidas da Mãe Rainha geralmente estão localizadas longe de algum espaço religioso. Foram erigidas justamente para substituir a falta desses espaços; e por isso, também deveria haver um certo cuidado espiritual com o local da ermida realizando atividades. Comenta o Servo de Deus: “Aos sábados, reza do terço. Nas primeiras sextas-feiras do mês, reza da via-sacra. Aos dias 18, ‘reúnem-se como símbolo da união com o Santuário…’ Quanto possível, uma vez ao ano, celebração da Santa Missa. ‘Essas ermidas sejam pontos de partida de grupos que virão ao Santuário.’” (Herói hoje, não amanhã)
- Um missionário: Cada ermida da Mãe Rainha tem que ter uma pessoa responsável assumindo como um apostolado o cuidado e organização da vida ao entorno da mesma. João comenta: “Necessita-se de um líder… que em cada ermida reúna a gente e faça essa caminhada até o Santuário”
Assim, outros foram inspirando-se no trabalho do Servo de Deus João Luiz Pozzobon e também foram difundindo e erigindo novas ermidas, como um sinal da presença da Mãe de Deus nos caminhos. Ela é a Guia que nos conduz até o porto seguro da salvação! Inclusive foi erigida uma ermida no polo Antártico. O Padre Audinei Carreira da Silva, capelão da Marinha, na expedição para a Antártida, com o Navio Barão de Teffé, em 1984, empenha-se de erigir uma no meio do gelo.
Pe. Vandemir Jozoé Meister | Projeto João Luiz Pozzobon