João Luiz Pozzobon: Peregrino de Esperança. 40 anos de sua morte.

Recordamos no dia 27 de junho os 40 anos da morte do Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon, no contexto do Jubileu da Esperança e no ano em que celebramos os 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina iniciada por ele.

Movidos pelo lema “Diácono João Luiz Pozzobon, Peregrino de Esperança” estamos todos convidados a recordar a vida tão fecunda e inspiradora do “Pobre Peregrino”, a renovar o nosso próprio chamado a santidade e fazer florescer ainda mais o seu legado.

O Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon peregrinou pela vida como um homem de Esperança e como um grande sinal no meio do mundo.

Encontrou em Deus fonte e meta de sua «verdadeira esperança» (1Tm 1). Fortalecia-se dessa realidade de fé, com profunda vida espiritual, especialmente na oração do Terço, na vivência dos sacramentos, no vínculo ao Santuário, no silêncio de suas peregrinações e na vivência comunitária da fé com sua família, em sua paroquia e capela, assim como sendo membro da família de Schoenstatt junto ao Santuário Tabor, em Santa Maria/RS.

Bebendo dessa fonte, mantinha a esperança mesmo diante das dificuldades e incompreensões frente a sua missão, quando “sempre mais animado e convencido de que era algo divino só crescia em coragem”, em sintonia com São Paulo que diz: “Gloriamo-nos também das tribulações”. (Rm 5)

João Pozzobon desejava, acima de tudo, levar a todos a esperança como “uma riqueza espiritual”. Sua finalidade era a “salvação das almas”, “das famílias”, sendo no mundo, com a Mãe Peregrina, um verdadeiro sinal de esperança.

Assim o foi, como esposo e pai exemplar, sendo um homem alegre, simples e de Paz, levando a Virgem Peregrina como uma “porta santa” de esperança aos presos, doentes e aos idosos, realizando romarias, rezando o terço, construindo capelas, ermidas, enviando imagens peregrinas, como sinais da presença de Maria e das graças do Santuário, oásis de esperança no meio do mundo.

Também o foi na proximidade com crianças e jovens, na Campanha das Escolas, com a Peregrina heroica da juventude, e para com os mais pobres, fundando a Vila nobre da Caridade chegando a ter 14 casas para quem não tinha onde morar, dando abrigo espiritual e material; entre tantas outras iniciativas.

Como Diácono Peregrino, viveu seu ministério com empenho e em comunhão, enriquecendo a campanha, agora com os batizados, matrimônios, dias de adoração, celebrações, visitas com o santíssimo, etc.

Como homem de esperança, João manifestava uma profunda fé na Vida Eterna, meta de sua peregrinação terrena (Rm 6). Sua morte, como dizia, seria a “última romaria, para passar à vida”. E morreu em 1985, a caminho do Santuário.

Sua beatificação, se assim Deus permitir, também será um grande sinal de alegria e esperança para toda Igreja, inspiração para nosso caminho de santidade e sinal que aponta a meta da peregrinação que nos conduz ao Céu.

A partir do dia 18 de junho, na Arquidiocese de Santa Maria, será realizada uma novena missionária, pela Secretaria Pastoral da causa João Luiz Pozzobon, buscando a cada dia concretizar um desses tantos sinais plasmados pela vida do Servo de Deus, nas terras por onde ele mesmo peregrinou.

Todos estão convidados a partir de sua realidade a aproveitar desse tempo de graças especiais e a nos unirmos em oração pedindo a Deus pela sua Beatificação. Recomendamos que siga o Instagram @joaoluizpozzobon e o site oficial da causa (joaoluizpozzobon.com.br) para ficar por dentro de tudo e partilhar as iniciativas de sua comunidade.

Queremos então, recordando os 40 anos de morte do Pobre Peregrino, viver esse ano jubilar como “Peregrinos de Esperança”.

Pe. Vitor Hugo Possetti

Coordenador da Secretaria Pastoral João Luiz Pozzobon – Santa Maria – Brasil

Vice-Postulador da Causa de Beatificação

Novena Missionária relembra atuação do Diácono João Luiz Pozzobon

Voluntários visitarão hospitais, escolas e presídios, entre outros locais, em homenagem ao Servo de Deus, em preparação para seu aniversário de morte

No dia 27 de junho, celebram-se 40 anos do falecimento do Servo de Deus, Diácono João Luiz Pozzobon. Anualmente a data é lembrada com um tríduo (três dias de encontros de oração), tanto em Santa Maria, quanto em outros locais do Brasil e do mundo, o que será repetido este ano. Além disso, em 2025, será realizada a Novena Missionária, sequência de nove dias de missas, orações e gestos simbólicos que relembram e homenageiam o Diácono Peregrino.

A Novena reunirá devotos e voluntários para percorrer os passos de João Pozzobon nas suas visitas a presídios, escolas, famílias, hospitais. Residenciais de idosos e entidades assistenciais também entraram na rota, no mesmo espírito do apostolado e da misericórdia que marcaram o apostolado de Pozzobon.

A programação irá de 18 a 28 de junho e foi organizada pela Secretaria Pastoral João Luiz Pozzobon, capitaneada pelo padre Vitor Possetti (informações a seguir) e terá a cobertura em fotos e vídeos pelas redes sociais e site da instituição. Entre as atividades previstas estão: visita a uma casa prisional, a hospitais e à Casa Papa Francisco, missas em diferentes igrejas, em Santa Maria e São João do Polêsine.

Além da programação presencial, devotos do Diácono João Pozzobon em qualquer lugar do mundo poderão participar por meio de meditações e orações on-line, pelas redes sociais da Secretaria Pastoral. Também serão disponibilizados para download materiais para serem utilizados em reuniões de oração por todos que desejarem.

– Movidos pelo lema “Diácono João Luiz Pozzobon, Peregrino de Esperança” estamos todos convidados a recordar a vida tão fecunda e inspiradora do “Pobre Peregrino”, a renovar o nosso próprio chamado a santidade e fazer florescer ainda mais o seu legado. O Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon peregrinou pela vida como um homem de Esperança e como um grande sinal no meio do mundo – comenta o padre Vitor Possetti, convidando a todos que já conhecem e aos que buscam conhecer um pouco mais a vida e o exemplo de João Pozzobon para participar das atividades da Novena Missionária e especialmente do Tríduo Festivo do aniversário de morte.

Programação completa:

40 Anos do Falecimento do Diácono João Luiz Pozzobon

Lema: “Diácono João Luiz Pozzobon, Peregrino de esperança”

📅 Novena Missionária

De 18 a 26 de Junho de 2025

Sinais de Esperança” – Cada dia com um gesto missionário e celebração de missa itinerante

Quarta-feira, 18 – Sinal de Esperança: O Santuário e o Terço

🔹 14h45min – Oração do Terço

🔹 15h30min – Missa de Renovação da Aliança e Abertura da Novena (com bênção dos Terços)

🔹 19h15min – Terço

🔹 20h – Missa de Renovação da Aliança e Abertura da Novena (com bênção dos Terços)
📍Local: Santuário de Schoenstatt / Capela Tabor (
Av. N. Sr.ª das Dores, 849, Santa Maria-RS)

Quinta-feira, 19 – Sinal de Esperança: Comunhão

🔹 Manhã: confecção do Tapete do Pobre Peregrino

🔹 15h – Missa de Corpus Christi

📍Local: Basílica da Medianeira (Av. N. Srª Medianeira, 631, Santa Maria-RS)


🔹
19h15min – Missa Móvel

📍Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Rua Castro Alves, 300, Santa Maria-RS)

Sexta-feira, 20 – Sinal de Esperança: com os Idosos

🔹 Visitas a Instituições de Longa Permanência

🔹18h30min – Missa Móvel

📍Igreja de São Pedro em Ribeirão (São João do Polêsine-RS)

Sábado, 21 – Sinal de Esperança: Visita às Casas

🔹8h – Missão Porta a Porta em comunidades do bairro Km 3

🔹15h – Missão com Atividades para Crianças e Adultos

🔹17h – Missa

📍Capela Nossa Senhora das Graças (Av. Osvaldo Cruz, 609, Santa Maria-RS)


🔹 19h – Missa Móvel

📍Igreja Matriz São João Batista (São João do Polêsine-RS)

Domingo, 22 – Sinal de Esperança: Oração em Família

🔹10h – Missa Móvel 1

📍Paróquia Nossa Senhora das Dores – com o descerramento da placa em homenagem ao Diácono João Luiz Pozzobon e família (Av. N. Srª das Dores, s/nº, Santa Maria-RS)

🔹 19h – Missa Móvel 2

📍Paróquia Nossa Senhora da Glória (R. Inácio Teixeira César, 187, Camobi, Santa Maria-RS)

Segunda-feira, 23 – Sinal de Esperança: com os Enfermos

🔹Visitas a Hospitais

🔹 19h30min – Missa Móvel com descerramento de placa em homenagem a João Pozzobon

📍Capela do Hospital da Caridade (R. José Bonifácio, 2.291, Santa Maria-RS)

🔹 Câmara de Vereadores – Moção de Homenagem aos 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina

Terça-feira, 24 – Sinal de Esperança: com os mais Pobres

🔹 16h – Rádio Medianeira: “Nos Passos do Peregrino”

🔹 16h30min – Casa Papa Francisco: café com as pessoas assistidas pela instituição

🔹 18h – Catequese: João Pozzobon, Peregrino de Esperança

🔹 18h15min – Missa Móvel

📍Catedral Metropolitana de Santa Maria (Av. Rio Branco, 823, Santa Maria-RS)

Quarta-feira, 25 – Sinal de Esperança: com os Presos

🔹 Visita missionária a Presídios

🔹 Terço e Encontro de Formação discipular nas Pequenas Comunidades das Capelas (Azul, Branca, Rosa e Graças)

Quinta-feira, 26 – Sinal de Esperança: com as Crianças

🔹 Visita missionária a Escolas

🔹 10h – Missa com as crianças – Encontro das Escolas

📍Santuário de Schoenstatt (Av. N. Sr.ª das Dores, 849, Santa Maria-RS)


📅 Tríduo Festivo

27 a 29 de Junho

Sexta-feira, 27 – Devoção e Saúde

🔹 6h – Procissão Luminosa (Casa Museu II → Santuário)

📍Casa Museu II (Av. Osvaldo Cruz, 609)

🔹 7h – Missa

📍Santuário de Schoenstatt (Av. N. Sr.ª das Dores, 849, Santa Maria-RS)

🔹 14h – Terço (com confissões)

🔹 15h – Missa do Sagrado Coração de Jesus com bênção da saúde

📍Capela Nossa Senhora das Graças (Av. Osvaldo Cruz, 609, Santa Maria-RS)

(Presidente: Pe. Cristiano Parpinelli)

Sábado, 28 – Sinal de Esperança – com a Juventude e Diáconos Permanentes

🔹 8h30min – Rota das Capelinhas – Caminhada partindo do Santuário de Schoenstatt e passando pela Capela Azul, Capela Rosa, Capela Branca e Capela N. Sr.ª das Graças

📍Santuário de Schoenstatt (Av. N. Sr.ª das Dores, 849, Santa Maria-RS)

🔹 16h – Terço (com confissões)

🔹 17h – Missa (Presidente: Dom Leomar)

🔹 Após a missa: Bênção da Sala Memorial Diácono João Luiz Pozzobon

🔹 Jantar para diáconos, escola diaconal e familiares

📍Capela Nossa Senhora das Graças (Av. Osvaldo Cruz, 609, Santa Maria-RS)


Domingo, 29 – Esposo e Pai de Família

🔹 9h – Procissão das Bandeiras

📍Caminhada da Paróquia Nossa Senhora das Dores até a Capela Nossa Senhora das Graças

🔹 10h30missa – Missa com bênção das famílias

📍Capela Nossa Senhora das Graças (Av. Osvaldo Cruz, 609, Santa Maria-RS)

🔹 Almoço

📌 Serviço

  • Bênção Especial Online: Diariamente pela manhã nos grupos de WhatsApp e Instagram: @joaoluizpozzobon

  • Atividades missionárias e visitas com a Mãe Peregrina: Interessados em participar das atividades missionárias ou receber visitas, entrar em contato: (55) 99194-9032

  • Material on-line para download e rezar em casa ou com sua comunidade: em breve neste site.

Cardeais devem analisar em junho Causa de Beatificação do Diácono João Luiz Pozzobon

Comunicamos que, após a Consulta dos Teólogos, realizada em 4 de março de 2025, com parecer favorável, o Dicastério para as Causas dos Santos agendou, em princípio, para o dia 17 de junho de 2025, a realização da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos, que dará início à nova etapa do exame colegial da vida, das virtudes heroicas e da fama de santidade do Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon.

Ressaltamos que esta não é a etapa final, mas um passo importante e próprio do caminho da Causa, que segue os critérios e os tempos da Igreja.

Convidamos a todos a se unirem em oração, pedindo a Deus que ilumine os membros do Dicastério para que tudo siga conforme a Sua vontade.

A Santificação da vida diária de João Pozzobon e sua esposa Vitória

por Denise Moro, Santa Maria/RS

João tornou sua vida matrimonial um caminho de Santificação. E para isso ele contou com a colaboração da dona Vitória, sua esposa na maior parte da vida.

Ele acordava cedo diariamente, e isso com certeza interrompia o sono de sua esposa. Para compensar o transtorno, levava um cafezinho quente na cama e saía cedo de casa para missa no Santuário Tabor às 6h da manhã.

Quando as crianças eram pequenas, João ajudava nas tarefas do dia a dia como deixar o assoalho de madeira brilhando passando cera. Ou brincando com as crianças na sala enquanto Vitória preparava o jantar na cozinha. Seus filhos eram um presente de Deus, uma joia. João assim reconhecia o valor de cada um e escreveu: a cama das sete graças!

Vitória comenta com João como os casamentos estão passando por problemas, devido à excessiva falta de pudor da mulher e assim sugere que ambos rezem mais terços pela santificação das famílias. Ao mesmo tempo que rezavam pelas famílias, a oração do terço torna-se a arma e o escudo que sua vida matrimonial necessitava. Uma forma de alimentar os vínculos e fortalecer o sacramento.

Os desafios de educar os sete filhos exige do casal uma abertura de coração e humildade no diálogo. Estarem em comum acordo mantendo firmes os princípios e valores ensinados. Mais que com palavras, João e Vitória ensinavam pelo exemplo. Seu terço diário era vivido nas pequenas coisas do dia a dia. Como colhendo pêssegos e fazendo compotas para terem sobremesas deliciosas aos domingos ou preparando a cesta de Páscoa decorada e recheada de bolachas caseiras e balas.

João, como o provedor da casa ao longo dos anos, dedicou-se em melhorar a moradia de sua família. Colocou piso na cozinha, providenciou um banheiro interno e também cuidava de não faltar lenha quando se ausentava em suas viagens. Assim nos conta a filha Vilma: “nem percebemos sua ausência“.

Algumas vezes João pagava um empregado para cuidar dos afazeres externos como no trato dos animais, da horta e do jardim.

Missão compartilhada em família

Seu João entendeu a Missão e por ela sua entrega foi total. Vitória entendeu a missão do seu esposo João a tal ponto de nunca reclamar suas ausências, como relata a filha Eli. Também nunca lhe ocorreu pedir que parasse de fazer a Campanha quando, no tempo das incompreensões, ele, humilhado, “chorava de sacudir a cama.”

Ela foi seu apoio. Era afetuosa com palavras carinhosas que agradavam a João. Podemos afirmar que seu segundo casamento foi a maturidade do amor. O sacramento do matrimônio produz frutos para a eternidade quando ambos buscam superar suas diferenças e sacrificar suas vontades, colocando Deus como parte dessa Aliança. Assim percebemos pelos relatos dos filhos que a harmonia matrimonial refletida gerou paz na família e os filhos cresceram em um lar saudável e funcional.

Vitória participa da renovação da Consagração anual no dia 8 de dezembro como em todas as romarias e programações da Campanha. Estar presente na renovação de sua consagração é muito significativo. Como esposa, ela não poderia ficar ausente. O compromisso era de ambos, cada um no seu chamado específico vivendo sua vocação. Desta forma, João chegou a sua terceira esposa: A Campanha, na qual entregou sua vida e foi fiel.

João sem dúvida foi obediente a Deus desde o princípio e até o fim. Sua obediência produziu frutos e sua campanha do santo terço se expande até os confins do mundo!

João Luiz Pozzobon – Um santo com rosto mariano

João Luiz Pozzobon – Um santo com rosto mariano

A santidade, um dom de Deus aspirado pelos homens faz-se presente em todos os batizados, assim fala o Papa Francisco, mas alguns, pelo estilo de vida arrojado, a Igreja propõe como modelos para a toda a Igreja.

João Luiz Pozzobon, iniciador da Campanha da Mãe Peregrina, que hoje percorre milhares de famílias em mais de 140 países, está sendo elevado aos altares da Santidade. Seu processo já está encaminhado no Vaticano, sendo Servo de Deus. Neste momento estuda-se casos de possíveis milagres para ser conduzido ao pronunciamento de sua santidade, primeiramente como beato e posteriormente como santo.

João Luiz Pozzobon, nasce em 12 de dezembro de 1904, em Ribeirão, São João do Polêsine – RS. Filho de imigrantes italianos, Ferdinando e Augusta Pozzobon, aprende desde a infância a amar a Igreja e esforçar-se para viver os ensinamentos cristãos. De família italiana, com tempera religiosa, rezava o terço diariamente. Nos campos da lavoura da “Quarta Colonia” desejava seguir a vida sacerdotal. Este sonho não perdurou por muito tempo, pois sua saúde não contribuía para permanecer no seminário seguindo o ritmo de vida imposto pelo mesmo.

Frequentou somente os primeiros anos da escola, chamado na época de ‘primária”. Volta para o trabalho no campo.

Ele sente em seu interior o profundo anseio por algo que não conseguia definir. Comenta ele:

 “Eu tinha 12 anos e sentia uma espécie de saudade, que não conseguia saciar. Em nossa terra havia uma colina, uma terra um pouco elevada, e eu olhava o horizonte, ali onde o céu parece tocar a terra, e parecia-me que, desse modo, preenchia o vazio que sentia… Essa saudade durou uns 36 anos…”.

Vamos ver mais a frente, como Deus saciou esta saudade em seu interior!

Buscou seguir a vida no exército, mas na primeira prova do tiro ao alvo foi desqualificado por deficiência visual. Retorna novamente ao trabalho do campo.

 

Um esposo de três mulheres

João casou-se com Theresa Turcato. Ela trabalhava em um hotel. Assim ele começa um novo trabalho dedicando-se à hotelaria em Restinga Seca. Após sua esposa estar agravada por uma enfermidade, mudam-se para Santa Maria, local com maior possibilidade de tratamento médico para a esposa. Após breves anos locados em Santa Maria, falece sua esposa em consequência da tuberculose. João com 2 filhos e todo seu patrimônio investido na busca de cura de sua esposa, parte para outro lado da cidade, praticamente sem bens materiais. Começa morando de favores, logo conseguindo uma casa para sua família e na mesma começa com um pequeno comercio, atendendo os ferroviários.

Casa-se novamente com a Vitoria Filipetto em 1933 tendo mais 5 filhos. Ele chamava de suas “sete joias”.

Não pergunte se sou capaz, apenas dê-me a missão!

Dia 10 de setembro de 1950, ano em que a Igreja proclama o dogma da Assunção de Maria ao céu, ele recebe, no Santuário da Mãe Rainha em Santa Maria/RS, a Imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, sendo orientado para levar para visitar as casas e rezar o terço. Ele fielmente começa este apostolado, mas acima de tudo oferece seu desprendimento e criatividade. Todos os dias faz questão de ir em uma família para rezar o terço. Assim, começa ele com a Campanha da Mãe Peregrina visitando famílias, hospitais, escolas, presídios, fábricas, comércios, etc. Anos mais tarde ele vai afirmar que foi a Campanha da Mãe Rainha que saciou aquela “Saudade” do seu tempo de infância que durou mais de 36 anos.

Ele afirma: “No Santuário da Mãe e Rainha aconteceu minha grande descoberta. A bondade e a misericórdia de Deus e da Virgem Mãe e Rainha me confiaram uma grandiosa missão evangelizadora: a Campanha do Santo Terço. Entendi a missão e, por ela, fiz minha entrega total”. Por sua consagração e entrega filial à Mãe e Rainha, Sr. João se torna um verdadeiro missionário e apóstolo, sem descuidar em nada de sua própria família. É sua convicção que 

“quando algo é de Deus, algo divino, um homem sozinho pode mover o mundo. Eu havia dito à Mãe e Rainha que pouco me importava mover o mundo inteiro, se descuidasse de minha família. Se isso acontecesse, não estaria fazendo nada… Porém, tudo foi bem. Quando Deus quer que se realize uma missão, uma pessoa pode cuidar de sua família, pode fazer tudo”.

Um homem de dinamismo apostólico

Seu trabalho de evangelização foi totalmente comprometido com os da ‘periferia existencial’. Levando a Imagem da Mãe Peregrina ele teve contato com as famílias mais carentes e distantes da Igreja. Suas visitas eram de verdadeira catequese, sendo com isso um caminho para levar as pessoas novamente para dentro da Igreja buscando os sacramentos. Ademais, onde passava, fazia um levantamento referente a situação de catequese e sacramental passando para o correspondente pároco. Construiu 3 capelas naqueles lugares que as pessoas se sentiam distantes do convívio social, sendo nelas escola e igreja. Estava preocupado com a formação das crianças e sua catequese. Fé e formação estão de braços dados.  Percorrendo longas distancias percebe que a mesma situação se encontram muitos camponeses para chegar até a igreja mais próxima. Assim, constrói mais de 40 ermidas, locais onde tem uma família responsável e ali gesta-se também uma pequena vida eclesial, com possibilidade de missas, novenas, reza do rosário, celebração do dia da Aliança (dia 18 de cada mês).

Preocupado com as famílias que chegavam a Santa Maria em busca sustentação, ele constrói uma vila “Vila Nobre da Caridade” com mais de 12 pequenas casas, cada uma com o nome de uma flor, onde acolhia essas famílias em transição. Pois ficava na “Vila Nobre da Caridade” até poder, através de seus trabalhos, locar um imóvel e morar no mesmo. A mesma experiência João Pozzobon tinha passado a alguns anos atrás, após a morte de sua primeira esposa.

Uma missão, também com incompreensão

O “Seu João” como era conhecido, carregava uma imagem da Mãe Rainha e uma maleta totalizando mais de 13 quilos. Os anos fizeram que o osso do seu ombro criasse um calo onde apoiava a imagem. Fazia geralmente a pé; pois o transporte na época não era comum como hoje.

Os santos muitas vezes são vistos como loucos. Loucos de amor por algo. Assim também foi com João. Muitos não compreendiam tanta dedicação de um pai de família. Encontravam desproporcional e com isso levantavam críticas ao seu trabalho evangelizador. Essas provas foram degraus também para seu próprio amadurecimento. Quando passava pela rua carregando a imagem, os incomodados chamavam-no de “burrinho”. Assim, ele jocosamente aceitou tal denominação chamando-se a si mesmo de ‘o burrinho de Maria’. Foi ele que levou Ela para Belém, foi ele que levou Ela para a fuga do Egito. Esse burrinho teve uma verdadeira honra de carregar Maria. Assim, comparava-se também o Sr. João. Seu amor era incomensurável à Nossa Senhora, a qual ele chamou de sua terceira esposa.

 

Um diácono comprovado no amor

Em 30 de dezembro de 1972, ele é ordenado Diácono Permanente pela imposição das mãos de Dom Érico Ferrari, na Capela Nossa Senhora das Graças em Santa Maria. “Minha ordenação foi como uma flor que se abriu, uma grande alegria que se estendeu a todos os amigos. Senti-me penetrado, totalmente, pelo espírito da Santa Igreja. Senti a união como um só coração. Foi um verdadeiro Cenáculo, junto com a Mãe e Rainha. A hora do Espírito Santo

Sente-se unido ao Fundador da Obra do Movimento Apostólico de Schoenstatt, Padre José Kentenich, do qual se considera seu aluninho. No Movimento Apostólico ele encontrou com sua vocação e missão.

Após 35 anos de total dedicação à Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, falece no dia 27 de junho de 1985. A caminho do Santuário da Mãe Rainha em Santa Maria, ao atravessar uma avenida, devido a um forte nevoeiro, é atropelado por um caminhão. Assim ele faz a sua última romaria, retorna ao Santuário Eterno e se realizam suas palavras:

 “Se um dia me encontrarem morto no caminho, saibam que eu morri de alegria!”

Publicado na Revista CRB 2018.

Pe. Vandemir Jozoé Meister. ISch.

Postulador da Causa de Beatificação.

Prefeito e secretários de município de Santa Maria percorrem locais históricos do Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon

Informações da Arquidiocese de Santa Maria

Texto e fotos: Isabel Klein

A Prefeitura de Santa Maria, representada pelo prefeito Rodrigo Décimo e a vice-prefeita, professora Lúcia, junto a alguns de seus secretários, realizou no último sábado, 22 de março, um percurso pelos locais históricos relacionados ao Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon. A visita foi convocada pelo secretário de turismo, sr. Ewerton Falk e guiada pelo padre Vítor Hugo Possetti, do Instituto dos Padres de Schoenstatt, responsável pela Causa de Beatificação, e teve o apoio e o estímulo do arcebispo metropolitano, Dom Leomar Brustolin.

O percurso pelos locais de interesse do turismo religioso teve um duplo objetivo: primeiro, avaliar as condições e identificar as necessidades de melhorias na infraestrutura da cidade para atender melhor os peregrinos que visitam os pontos de devoção do diácono; segundo, reforçar o compromisso com a história de santidade de Pozzobon, inspirando todos os envolvidos a trabalhar em conjunto para o bem-estar da comunidade, segurança dos visitantes e uma experiência positiva aos peregrinos.

Durante o passeio, as autoridades locais puderam observar de perto os caminhos por onde transitam milhares de peregrinos, não só de Santa Maria e região, mas também de outras cidades e países como Argentina, Paraguai e Uruguai. Com um olhar atento, o prefeito e os secretários identificaram as oportunidades de melhorias e os gargalos existentes, como problemas nas calçadas, ruas, sinalizações e outros pontos críticos que necessitam de intervenção para proporcionar mais conforto e segurança.

A visita também teve em vista o Jubileu Internacional da Campanha da Mãe Peregrina, que acontecerá em setembro de 2025, com cerca de 1 mil participantes provenientes de mais de 20 países. Este evento representa um marco importante para a Arquidiocese de Santa Maria, e a administração municipal está empenhada em garantir que a cidade esteja pronta para receber os peregrinos com a infraestrutura necessária.

O prefeito de Santa Maria, Rodrigo Décimo, compartilha sua experiência pessoal durante a visita:
“Eu já conhecia esse movimento em torno do diácono João Luiz Pozzobon, mas me surpreendi. Sabia que era intenso, que era forte, mas eu não tinha ainda a percepção direta do quanto isso envolve. E o bonito é o envolvimento das comunidades. Elas estão ali, fazendo sua parte, e isto tudo é um legado que o diácono nos deixa e que não podemos deixar para trás, pelo contrário, temos que cada vez mais enaltecer. Muito obrigado pela oportunidade!”
Padre Vítor Possetti comenta que “é muito importante o apoio do poder público. Uma missão de acolher bem e de modo planejado, aos peregrinos e romeiros que estão chegando cada vez mais a cidade, nos passos do diácono João Pozzobon. Trata-se de uma grande oportunidade para o desenvolvimento não só econômico, turístico e social mas também e principalmente, humano e espiritual para toda cidade e região”.

Processo de Beatificação passa pela Consulta Teológica e entra em uma nova etapa em Roma

A comissão teológica reunida na terça-feira, 4 de março, se expressou positivamente sobre o exercício heroico das virtudes e a fama de santidade e de intercessão do Servo de Deus João Luiz Pozzobon.
Seguimos unidos em oração para que o Senhor, pela ação do Espírito Santo, guie os Cardeais e Bispos membros do Dicastério, chamados a dar seu julgamento em uma Sessão Ordinária, cuja data ainda não foi definida, mas que se prevê para os próximos meses.
Secretaria Pastoral da Causa de Beatificação João Luiz Pozzobon

No dia 4 de março Vaticano irá tratar sobre Processo de beatificação do Diácono João Luiz Pozzobon

Foi marcada para essa data a discussão sobre a causa na Comissão teológica, e o fato mobiliza devotos em corrente de orações.

O Dicastério para a Causa dos Santos informou que a Causa de Beatificação do Servo de Deus João Luiz Pozzobon foi colocada em pauta para ser discutida pelos Consultores Teólogos no dia 4 de março de 2025. Isso significa que a Positio sobre as Virtudes, entregue no último mês de outubro, começará a ser examinada e nessa data será tratada pela comissão de teólogos designada pelo dicastério. É mais uma etapa muito importante rumo ao decreto de Venerável.

Os consultores teólogos analisarão as cerca de 800 páginas que testemunham sobre a Vida, as virtudes heróicas e a fama de santidade do Servo de Deus João Luiz Pozzobon e votarão sobre o mérito da causa. Junto ao Promotor da Fé, eles estudarão o processo de tal forma a examinar e esclarecer todas as possíveis questões.

– Pode ser que nesta etapa eles peçam esclarecimentos ou a complementação de documentos – explica o responsável pela Causa de Beatificação em Santa Maria, Pe. Vitor Hugo Possetti.

Após examinarem e votarem sobre o mérito da causa, os consultores teólogos encaminham o seu relatório e votos para o juízo de um grupo de cardeais e bispos. Por fim, o tema é levado ao Santo Padre, o Papa Francisco, para que ele promulgue o decreto sobre a heroicidade das virtudes, sendo quem tem autoridade para declarar o Diácono João Pozzobon Venerável. Este processo segue o trâmite previsto na Constituição Apostólica Divinus Perfectionis Magister, de João Paulo II.

Corrente de Oração

– Por isso, convidamos a todos que temos especial carinho pela vida e missão do Diácono João Pozzobon, aqueles que recebem a Mãe Peregrina em suas casas, homens do terço, família de Schoenstatt, Diáconos, a Igreja na Arquidiocese de Santa Maria e em todo mundo que intensifiquemos as orações, terços, missas, novenas, pedindo a Deus que ilumine o estudo dos Teólogos que formam parte da comissão e pedindo a Deus pela Beatificação do Diácono João Luiz Pozzobon – é o estímulo do Pe. Vítor.

Em Santa Maria e em muitos outros locais onde se cultiva a devoção à Mãe e Rainha e ao Servo de Deus, o dia 27 de cada mês tornou-se um dia de oração pela causa de beatificação, já que o dia de sua morte foi 27 de junho.

Em Santa Maria, todo dia 27 às 19h ocorre a oração do terço na Capela Nossa Senhora das Graças, onde está sepultado João Pozzobon.  A partir deste dia 27 de janeiro, em Schoenstatt, na Alemanha, será celebrada a Santa Missa em português no Santuário Original, na intenção da causa de beatificação.

Processo de Possível Milagre

-Existe também a expectativa de que nas próximas semanas seja agendada em Roma a abertura do Processo de um possível milagre para análise e decreto de validade Jurídica do inquérito diocesano. Nenhuma data está ainda confirmada, mas quando houver novidades nesse sentido informaremos a todos para que sigamos unidos em oração – disse o Vice-Postulador

Seu grupo, paróquia ou Santuário também está rezando pela beatificação do Diácono João Luiz Pozzobon nos dias 27? Envie fotos e convites para o perfil da causa no Instagram, para que também ali seja divulgado. O endereço é instagram.com/joaoluizpozzobon

 

Um passo muito importante na Causa de Beatificação do Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon

A causa de beatificação do Servo de Deus Diácono João Luiz Pozzobon alcança uma etapa muito significativa.

Após a conclusão da fase diocesana, e abertura dos trabalhos em Roma, a Positio — documento que reúne um estudo sobre a autenticidade da vida virtuosa do Servo de Deus — foi concluída, impressa e entregue ao Dicastério para a Causa dos Santos, no Vaticano.

Agora o processo entra em uma nova etapa, conduzido pelo próprio Dicastério. A Positio será submetida a um grupo de teólogos consultores, juntamente com cardeais e bispos, que revisam o conteúdo para avaliar a autenticidade das virtudes do candidato à luz da doutrina da Igreja. Se o parecer for favorável, um relatório será apresentado ao Papa, que poderá então declarar João Luiz Pozzobon como “Venerável”, o que representa um passo fundamental no caminho rumo à beatificação.

O Reconhecimento de Milagres: Uma Parte Essencial do Processo

Outro aspecto importante da causa, e que também está em andamento, é o reconhecimento de um possível milagre, condição necessária para que a beatificação ocorra. Entre as muitas graças atribuídas à intercessão do Diácono João Pozzobon, ao menos um caso específico foi cuidadosamente documentado em nível diocesano, com o apoio de uma comissão de peritos, como já foi publicado em outro momento. Essa análise, como previsto, deverá ser examinada também em Roma, seguindo os protocolos do Dicastério da Causa dos Santos.

Futuramente, havendo o reconhecimento de um eventual milagre e das virtudes heroicas, o Papa poderá então autorizar a beatificação de João Luiz Pozzobon.

A Campanha PIX 10: Apoie este Marco na História da Igreja

As impressões da Positio tiveram o custo de 8.320 euros (aproximadamente 52 mil reais). Para ajudar a custear esses serviços foi lançada uma campanha nacional e internacional, chamada “PIX 10”. Até o momento, conseguimos reunir cerca de 50% da meta e contamos com a generosidade de todos para que possamos concluir a arrecadação do valor integral.

Para saber mais sobre a campanha e acompanhar todas as novidades do processo, siga nosso perfil no Instagram: @joaoluizpozzobon e acesse o site devotosjoaopozzobon.com.br.

Faça Sua Doação

PIX CNPJ: 87.493.052.0001-25

Ou

Conta Corrente:
Associação João Luiz Pozzobon
Banco do Brasil
Agência: 3058-9
Conta Corrente: 51000-9
CNPJ: 87.493.052.0001-25

Rezemos a Deus pela beatificação. Seguimos unidos na Aliança de Amor, e façamos nossa parte. Nada sem Vós, nada sem nós!

Rezar pelos Falecidos – Missa Gregoriana

Missa Gregoriana é denominada como o conjunto de 30 missas celebradas consecutivamente pelo sacerdote pela intenção de uma alma. Não é colocado nenhuma outra intenção. São missas celebradas em sufrágio de uma alma específica. Sufrágio, na linguagem litúrgica, significa atos de piedades e orações pelos mortos. Em primeiro lugar, oferecer uma missa é a expressão máxima de nossa piedade, pois ali se celebra o sacrifício de Cristo para salvar as almas. Em 2 Macabeus 12, 46 diz: ‘porque santo e salutar é o pensamento de orar pelos defuntos para que eles fiquem livres de seus pecados’. Depois vem outras expressões de piedade como: orações, esmolas, obras de misericórdias e indulgências aplicadas em favor das almas.

Missa Gregoriana não é missa com cantos gregorianos. Missa com canto gregoriano é uma missa do rito romano, como a conhecemos habitualmente em nossas paróquias e tem cantos gregorianos. É uma tradição mantida ainda hoje nos mosteiros beneditinos.

Missa Gregoriana não é missa tridentina, confundido por alguns católicos. A missa tridentina é uma missa rezada em Latim, com o Rito Romano, antes da reforma litúrgica promovida pelo Concílio Vaticano II. Algumas missas são oficiadas pelo celebrante de costas para o povo, segundo o antigo costume.

Quando começou a Missa Gregoriana?

A tradição da Missa Gregoriana começa com o Papa S. Gregório Magno quando ele ainda era abade de um mosteiro:

“No tocante aos sufrágios pelos defuntos, o Papa S. Gregório Magno (+ 604) deu origem ao costume das Missas diárias consecutivas: podiam ser três, sete, dez, trinta ou mais. A série de trinta tornou-se famosa com o nome de “Missas gregorianas”, baseadas no seguinte episódio narrado por S. Gregório Magno, outrora monge no mosteiro do Monte Célio (Roma):
Certo monge chamado Justo morreu; após o quê, foram descobertas três moedas de ouro ocultas entre os seus objetos de uso; tratava-se de algo ilícito no mosteiro. O Abade Gregório muito se entristeceu com o fato, pois o irmão havia falecido em situação irregular; devia purificar-se dessa falha no purgatório póstumo. Chamou então o monge Prior e mandou-lhe que fizesse celebrar uma série de Missas em dias consecutivos sem interrupção. A ordem foi sendo executada, de tal modo que certo dia o falecido monge Justo apareceu a seu irmão Copioso (monge do mesmo mosteiro), comunicando-lhe que havia sofrido as penas do purgatório até aquele dia, em que fora libertado; os monges haviam perdido a conta das Missas; todavia, ao ouvirem a notícia trazida por Copioso, verificam que o fato ocorrera após a celebração da trigésima Missa” (ver Diálogos, livro IV, 55). D. Estevão Bettencourt, Osb.

Ensinamentos da Igreja sobre a oração por aquele que já partiu do nosso meio?

A oração uns pelos outros faz parte de nossa solidariedade espiritual. Esta solidariedade é de destino, pois todos fomos criados como filhos de Deus, e para ele retornamos (Editus/ Reeditus). Somos corresponsáveis uns pelos outros na oração, não somente aqui na vida terrena, mas também na vida celeste. Isto é comprovado pela intercessão dos santos, que já gozam desta grande Graça de Deus. Pedimos a eles que orem por nós junto a Deus Trino. Deus pensou-nos numa mútua corresponsabilidade – uns com os outros e pelos outros, e por fim, por Ele (Cristo). A “Igreja do Céu, Igreja da Terra e Igreja do Purgatório estão misteriosamente unidas nesta cooperação com Cristo para reconciliar o mundo com Deus.” (Reconciliatio et poenitentia, 12)

As pessoas que já partiram, e com mais razão, àquelas que fizeram parte da nossa história aqui na terra, nossos filhos, irmãos, familiares, parentes, conhecidos, por eles temos um compromisso espiritual de orar por eles. O Papa São João Paulo II disse: “Numa misteriosa troca de dons, eles [no purgatório] intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio.” ( L’osservatorioRomano de 08/11/92, p. 11).

O Padre Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoesnstatt, fala de um “theologisches Zolidaritätsprinzip” e reza assim: Recebam a bênção de Deus, e, com ela, felicidade e salvação, os que se consagraram inteiramente a Schoesntatt, aqui e na eternidade. Amém.” (RC.17) O Padre Kentenich está falando de uma solidariedade no sentido de uma família mais ampla, isto é, os que juntos também vivenciam uma espiritualidade, e que os mesmos recebam a benção aqui – na vida terrena; na eternidade – vida celestial  por aqueles que estamos comprometidos espiritualmente a orar.

As formas e as quantidades de orações vão depender do amor que se tem por cada um daqueles que participaram da nossa vida. No entanto, a oração por excelência é a celebração do Mistério Eucarístico.  “A eucaristia é também o sacrifício de louvor por meio do qual a Igreja canta a glória de Deus em toda a criação. Este sacrifício de louvor só é possível através de Cristo: Ele une os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de sorte que o sacrifício de louvor ao Pai é oferecido por Cristo e com ele para ser aceito nele.” (CIC 1361)

É o próprio Jesus quem nos convida a vivenciarmos tão grande mistério: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a Carne do Filho de homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós”. (Jo 6,53)

Em Cristo, nossas orações pelos que necessitam se fazem fecundas. Em cada Missa celebrada o sacerdote, em nome da assembleia ali presente, reza na Oração Eucarística pelos fiéis falecidos. Neste momento é que se dá exclusividade em uma Missa Gregoriana, pela intenção solicitada. “A todos os que chamastes para a outra vida na vossa amizade, e aos marcados com o sinal da fé, abrindo os vossos braços, acolhei-os. Que vivam para sempre bem felizes no reino que para todos preparastes.” (Or. Euc. V)

Lembrai-vos também dos nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança da ressurreição e de todos os que partiram desta vida: acolhei-os junto a vós na luz da vossa face.” (Or. Euc. II).

Esta intercessão pelos defuntos faz parte dos ensinamentos da Igreja. Assim nos ensina o Catecismo da Igreja Católica §958 “A comunhão com os falecidos. “Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde os tempos primevos da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos (…) e, `já que é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados’ (2Mc 12,46), também ofereceu sufrágios em favor deles.” Nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua intercessão por nos.”

A quem é confiado a celebração da Missa Gregoriana?

As celebrações consecutivas das missas são confiadas a um sacerdote, que fica responsável de que sejam celebradas diariamente. Ele pode também solicitar a um outro sacerdote que celebre a intenção da Missa Gregoriana. O fundamental da espiritualidade da Missa Gregoriana é que as celebrações sejam diárias.

O que não passa pela fé do pregador, não chega ao coração de Deus. Neste sentido, é importante partilhar a história daquela alma pela qual se solicita uma Missa Gregoriana, para que o celebrante possa também fazer chegar aos ouvidos de Deus o seu clamor!

O sacerdote que se compromete com a celebração da Missa Gregoriana recebe o valor econômico referente a uma espórtula por cada missa celebrada.

Pe. Vandemir J. Meister, ISch.