– Vila Nobre da Caridade –

João Luiz Pozzobon por estar inserido na realidade social, não partia de sonhos realizado em confortáveis mansões por ideólogos que não conhecem o sentir de quem sofre no dia a dia a experiência existencial de não ter um lugar para habitar ou para repousar seu corpo durante a noite, e guardar seus poucos pertences. João vivia entre os mais necessitados como também teve a experiência de também não ter um lugar para viver. Logo que ele perdeu sua primeira esposa, depois de gastos todos seus recursos financeiros para o restabelecimento da saúde de Teresa; vivencia ele também a experiência de necessitar da ajuda de outros para ter um lugar onde morar. Ele, antes de adquirir a casa atual, localizada no atual Km 3, bairro Dores, Santa Maria/RS, no mesmo bairro ele recebeu uma casa para viver até ter condições para conseguir uma casa para ele e sua família.  As experiências da vida o marcam e o capacitam para tomar iniciativas humanitárias básicas de auxílio ao próximo. Vendo a precariedade das famílias que chegavam à cidade de Santa Maria, vai ele em auxílio das mesmas.

Em 1952, dois anos após começar com a Campanha da Mãe Peregrina, começa a construir pequenas casas, no local onde ele próprio denomina como Vila Nobre da Caridade. Como não tinha bens econômicos para tal,  pede ajuda para os vizinhos e todos os que podiam colaborar com algo. De sua casa leva materiais que já não necessitava para uso próprio. Assim foi construindo as primeiras casas. Ao total a Vila Nobre da Caridade foi constituído por 14 casas. Cada casa recebia o nome de uma flor. João estava preocupado, mesmo na absoluta pobreza, com a dignidade de cada um e a dignidade do ambiente onde os mesmos viviam. Podemos aplicar o velho ditado popular: “Pobre, mas limpo.” Para um ordenado convívio dos vizinhos na Vila Nobre da Caridade, João Pozzobon elaborou um termo de convivência, com direitos e deveres para todos aqueles que ali residiam. As casas não eram cedidas como propriedade, mas provisoriamente para uso até que a família tivesse condições de transladar-se para sua própria casa ou aluguel. Ele buscava promover as pessoas para que pudessem tornar-se independentes economicamente e continuar a vida construindo suas próprias famílias.

Suas ações, nunca estava separado da oração e do oferecimento dos sacrifícios como Capital de Graças para Nossa Senhora. Ele sentia-se com um instrumento nas mãos de Nossa Senhora. Por isso, não perdia a ocasião para manter orientado as pessoas, com as quais ele tinha contato, a crescer no diálogo com Deus. A construção das casinhas na Vila Nobre era construída pelos próprios moradores em mutirão. Era a solidariedade de todos em favor de todos. Com esta pedagogia João desenvolvia a responsabilidade de todos pelo zelo da Vila. Na Vila também foi construído uma capelinha, a qual se chamou capelinha Azul; sendo que a mesma serviu com uma Escola e lugar para a catequese das crianças.

Pe. Vandemir Jozoé Meister | Projeto João Luiz Pozzobon

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